bom_apetite_canoinhas

iptu_2024_canoinhas

Orgulho! canoinhense está à frente de pesquisa de soro anti-Covid no Butantan, em SP

Avatar photo
Bioquímica atua no desenvolvimento de soro para ser utilizado em pacientes infectados com o novo coronavírus. Foto: Reprodução

Santa Catarina tem uma representante nessa corrida na busca de um tratamento para a Covid-19. A Coordenadora Geral e de Inovação, e pesquisadora científica do Instituto Butantan em São Paulo, é uma canoinhense, nascida no Distrito de Felipe Schmidt, cerca de 40 km do centro de Canoinhas.

Ana Marisa Chudzinski Tavassi, apesar de não estar diretamente envolvida nas pesquisas da vacina CoronaVac, está desenvolvendo uma série de estudos em relação a Covid-19.

A bioquímica trabalha hoje com o desenvolvimento de um soro anti-covid, para ser usado em pacientes que já apresentam a doença.

Com relação a vacina CoronaVac, diz que “o Instituto Butantan recebeu com alegria a divulgação da taxa de eficácia de 50,38%, porque finalmente ela está dentro dos parâmetros estabelecido pelos órgãos regulatórios, tanto pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como a Anvisa”.

“O que precisa agora é a população se vacinar”, diz Ana Marisa. “O que nos deixa tranquilos é que essa vacina pode servir todo território nacional sem problemas. Podemos transportá-la independente de cadeias de refrigeração”.

A PESQUISA

“O Instituto Butantan está atuando na pandemia em diferentes frentes, não é só na vacina. Nós estamos trabalhando especificamente em uma frente, que é tradição do Butantam desde sua criação, que é a soroterapia”

Ana conta que o isolamento do novo vírus (SARS-CoV-2) foi feito em um laborátorio de alta segurança na Universidade de São Paulo (USP).

Após ser enviado ao Butantan, também em laborário de segurança máxima, o vírus foi inativado, com processo diferente de radiação, em colaboração com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).

O vírus foi caracterizado, analisado sua composição química, e se era capaz de produzir anticorpos em animais (roedores), para neutralizar a ação do vírus e não deixar ele proliferar.

Depois dessa fase, com ótimos resultados segundo a cientista, os pesquisadores partiram para fazer imunização dos cavalos, como é feito com qualquer soro. 

“Imunizamos um grupo de cavalos e fomos acompanhando toda a produção de anticorpos e capacidade do soro ir neutralizando. Depois o sangue desse animais é coletado, através de alta tecnologia, e vem pro setor de produção do Butantan, seguindo a rota de todos os soros, com todos os preceitos de qualidade que são exigidos pelas agências regulatórias”, explicou.

Segundo Ana Marisa, já houve uma apresentação dos resultados à Anvisa, que pediu agora um teste chamado ‘Desafio’, que que significa induzir essa doença em um animal vivo, tratar com o soro e verificar se esse modifica o perfil da doença.

“Esse último teste deve acontecer até o fim de janeiro, e após apresntar resultados, a Anvisa avalia se libera o ensaio clínico, que são feitos em pessoas”.

DIFERENÇA DE SORO E VACINA

A pesquisadora explica que a vacina introduz o antígeno no paciente e espera que seu organismo responda quando tiver contato com a agente causador da doença.

Já a soroterapia vai ser utilizada em paciente que já está infectado. O soro é usado como remédio (não como preventivo). em quem já está com a doença.

Ana Maria finaliza dizendo que essa pandemia trouxe um grande aprendizado para os cientistas brasileiros:

“Ela nos mostrou que somos capazes de enfrentar um problema da mesma forma que qualquer lugar do mundo, de qualquer país desevolvido, e a união e troca de informações dos cientistas foi fantástica”.

Ana Marisa Chudzinski Tavassi é graduada em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), tem Mestrado e Doutorado em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo e Doutorado pelo Instituto Pasteur e INSERM (França). 

Realizou Pós-doutorado na Academia Nacional de Medicina de Buenos Aires (ANMBs), Argentina.

É pesquisadora científica do Instituto Butantan onde atua como: Diretora do Laboratório de Bioquímica e Biofísica, Vice Diretora da Diretoria da Divisão Científica, Membro do Programa de Toxinologia, Professora credenciada nos cursos de Pós-graduação: Biologia Molecular da UNIFESP, Interunidades em Biotecnologia – da USP e Toxinologia – do Instituto Butantan. 
Coordenadora de projetos que visam a interação público-privada, com apoio do BNDES, FINEP, FAPESP. 
Responsável pela implementação e coordenação do MBA Gestão da Inovação em Saúde, do Instituto Butantan. 
Pesquisadora principal do Centro de Excelência para Descoberta de Alvos Moleculares, projeto realizado em parceria entre Instituto Butantan, FAPESP e GSK para validação de alvos terapêuticos que possibilitem a criação de novos fármacos para doenças de base inflamatória.