Participantes disparavam imagens que, dentre elas continham a foice e o martelo além da suástica (imagens símbolo do nazismo), informou o Ministério Público. Imagem ilustrativa |
O Ministério Público Federal (MPF) em Santa Catarina requisitou à Delegacia de Polícia Federal em Joinville a instauração de inquérito policial para apurar a prática dos crimes de injúria racial e de preconceito de raça ou de cor envolvendo evento em ambiente virtual do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do Instituto Federal Catarinense (IFC), de Araquari (SC).
Na representação, os servidores agredidos relatam que o evento virtual foi atacado em ato planejado e coordenado entre diversos invasores que, aos berros, xingaram e ofenderam os servidores, pais e alunos que participavam do evento.
A série de agressões, conforme o relato, teve a projeção de imagens e músicas de cunho sexual, \”um áudio que dizia \’cala boca macaco\’ aos berros, seguido de um vídeo onde Hitler discursava para vários soldados\” e, ao mesmo tempo, \”no chat do evento, disparavam imagens que, dentre elas continham a foice e o martelo além da suástica (imagens símbolo do nazismo)\”.
Ainda conforme a representação dos servidores do IFC de Araquari, vários alunos menores de idade, professores da instituição e convidados estavam presentes no evento, realizado por meio do Google Meet, e foram ofendidos moral e racialmente e injuriados pelos agressores.
De acordo com o procurador da República Mário Sérgio Ghannagé Barbosa, do MPF em Joinville (SC), que encaminhou o pedido de investigação à Polícia Federal, a ocorrência da conduta delituosa é tipificada no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal (injúria racial), bem como de possíveis crimes tipificados na lei 7.716/89 (preconceito de raça ou de cor).