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Anvisa destaca que o fungo “representa uma grave ameaça à saúde global”. Foto: Tênia Rêgo / Agência Brasil |
Como se 2020 já não estivesse perigoso o suficiente com a pandemia da COVID-19, um novo problema chegou para chamar a atenção dos profissionais da saúde.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu um alerta ontem (terça-feira, 8), informando o andamento de uma investigação sobre o primeiro caso positivo de um fungo grave em território brasileiro.
Segundo informa o boletim, o diagnóstico ocorreu em um adulto internado no estado da Bahia e foi confirmado pelo Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O paciente está em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com covid-19.
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Fungo apresenta resistência a vários medicamentos. Imagem: SCIENCE PHOTO LIBRARY |
A Anvisa destaca que o fungo “representa uma grave ameaça à saúde global”, e que já havia emitido um alerta de risco anteriormente, em 2017.
De acordo com a nota da Anvisa, a Candida auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública considerando que:
- apresenta resistência a vários medicamentos antifúngicos comumente utilizados para tratar infecções por Candida. Algumas cepas de C. auris são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos (polienos, azóis e equinocandinas);
- pode causar infecção em corrente sanguínea e outras infecções invasivas, podendo ser fatal, principalmente em pacientes com comorbidades;
- pode permanecer viável por longos períodos no ambiente (semanas ou meses) e apresenta resistência a diversos desinfetantes, entre os quais, os que são à base de quartenário de amônio.
- propensão em causar surtos em decorrência da dificuldade de identificação oportuna pelos métodos laboratoriais rotineiros e de sua eliminação do ambiente contaminado.
Apesar da nota da Anvisa, o comunicado não vem para causar alarmismo e muito menos pânico na população.
"Em termos globais, ainda são poucos os casos. Não é porque temos um caso no Brasil que temos que fechar as fronteiras. Mas, dada a sua resistência, existe sim um alerta", explica o médico infectologista Alessandro Comarú Pasqualotto, professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Fontes: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Agência Brasil