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MP denuncia suposta organização criminosa que fraudava licitações no Porto de São Francisco do Sul

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O Porto de São Francisco do Sul é uma autarquia do Governo do Estado de Santa Catarina. Foto: Divulgação

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) apresentou denúncia contra os integrantes de uma suposta organização criminosa que teria fraudado licitações para o controle de pragas animais no porto de São Francisco do Sul. 

Entre os denunciados estão dois empresários, dois diretores do porto e mais duas pessoas ligadas às empresas envolvidas.

Na segunda-feira (16/11), ao receber a denúncia, o Juízo da Vara Criminal da Comarca declarou que não incide sigilo sobre o processo e os documentos que o instruem, autorizando a divulgação do caso.

Na ação, o Promotor de Justiça Diogo Luiz Deschamps aponta que Diego Machado Enke e Sérgio Poliano Villarreal ocupavam os cargos de diretor-presidente e diretor de Operações e Logística, respectivamente, da sociedade SCPar Porto de São Francisco do Sul, empresa de economia mista responsável pelo porto.

Nessa condição, teriam contratado a empresa Alfa Imunização e Serviços sem licitação e em caráter emergencial para executar serviços de desinsetização, desratização, controle de larvas em coleções de águas paradas e controle da fauna sinantrópica nociva (pombos), que saberiam serem necessários há pelo menos cinco anos. 

Além disso, há indícios de favorecimento das empresas Alfa Imunização e Serviços e CRP Comércio de Papel de Transporte Ltda. em outros contratos com o porto, fatos que estão sendo investigados de forma mais aprofundada.

As empresas pertenciam aos empresários, Cristiano Panstein e seu pai, Silvestre Panstein – presidente e vice-presidente do diretório estadual de um partido político. 

Cristiano é o responsável legal pela CRP, e Silvestre – junto à companheira, Rosa Beatriz Bairros Rodrigues – seria o responsável de fato e de direito da Alfa Imunização – empresa que está em nome da irmã de Rosa, Maria Aparecida Bairros Rodrigues, que receberia um \”salário\” para ser \”laranja\” da empresa.

Juntas, as empresas teriam recebido irregularmente cerca de R$ 480 mil dos dois diretores do porto, que teriam agido motivados por vantagens indevidas de diversas naturezas, inclusive mediante suposto apoio político e financeiro, com trocas de influência para se manterem na administração portuária.

Os seis réus foram denunciados pelos crimes de fraude a licitação, e quatro deles – Silvestre Panstein, Maria Aparecida Bairros Rodrigues, Diego Machado Enke e Sérgio Poliano Villarreal – também por organização criminosa.

Pai e filho estão presos preventivamente desde o dia 29 de outubro, quando foi deflagrada a operação Pombo de Ouro, resultante de mais de cinco meses de investigação. 

Na sexta-feira (13/11), eles tiveram uma liminar em habeas corpus negada pelo Poder Judiciário. Com o recebimento da denúncia, os réus terão amplo direito à defesa e ao contraditório no curso da ação penal. 

Duas empresas pertencentes a líderes de um partido político, que estão presos preventivamente, receberam R$ 480 mil em pagamentos indevidos com auxílio de diretores do porto.