\”Tem cidades que estão fazendo terrorismo. É preciso conscientizar as pessoas para que se cuidem, mas tem de ser feito com responsabilidade e equilíbrio\”. Foto: Reprodução |
Parlamentares divergiram sobre o uso da autoridade para conter o avanço da Covid-19 em Santa Catarina durante sessão da Assembleia Legislativa.
“Há um descontrole total da nossa situação, muito se fala e pouco se age, os órgãos de controle e fiscalização têm de ter atuação cada vez mais enérgica. As pessoas estão pouco ligando para se juntar e fazer festas, pelo contrário, querem cada vez mais o afrouxamento. O momento precisa de estadistas e não fazedores de média. Se não fosse o Ministério Público tomar as rédeas da situação, estaríamos muito pior em determinados pontos do estado. É hora de autoridade, está faltando isso”, disparou Doutor Vicente Caropreso.
Luciane Carminatti concordou com o médico neurologista:
\”As pessoas precisam se dar conta de que não é algo passageiro, ninguém tem um hospital no quintal da sua casa, falta consciência, falta autoridade, falta respeitar a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a ciência. A fila vai aumentar para quem não é da Covid”, previu Carminatti.
Ada de Luca que perdeu um amigo de 54 anos para o coronavírus, também ponderou o uso da autoridade.
“As UTIs todas lotadas no Sul, é arrepiante, emocionante e revoltante também. Os hemocentros estão precisando de sangue, mas as pessoas têm medo de ir, as pessoas estão entrando numa neurose, está todo mundo surtando. Está faltando mão-de-ferro, não é no amor, no amor até agora quase ninguém aprendeu”, avaliou Ada, que sugeriu intensa campanha publicitária para conscientizar a população.
“Concordo quando dizem da responsabilidade de cada um, mas não com mão-de-ferro, isso se chama ditadura, porque o lockdown não deu certo em nenhum lugar, disse o deputado Kennedy Nunes.
Um passo atrás, dois à frente
Bruno Souza (Novo) lamentou que as regiões com risco gravíssimo para Covid tenham saltado de três para 13 regiões, situação que inviabiliza o retorno às aulas presenciais, autorizadas para as regiões com risco grave.
“Isso significa que os avanços que conseguimos para abertura das escolas se tornaram inócuos”, reconheceu o parlamentar, que convidou os colegas para subscreverem projeto de lei que desvincula o retorno às aulas presenciais do mapa de risco da Covid.
“O projeto estabelece a educação como essencial e desvinculada do mapa de risco, dezenas de atividades deveriam fechar antes de fechar escolas, o mundo civilizado vem fazendo isso. Existem ferramentas que calculam o risco e dizem quais atividades têm de fechar”, justificou Bruno.