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Padre é acusado de usar dinheiro de doações para compra de imóveis luxuosos e cabeças de gado

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Valor em espécie foi apreendido na casa do padre Robson durante operação. Foto: MP-GO/Divulgação
O Ministério Público do Estado de Goiás deflagrou na manhã da última sexta-feira (21) uma operação para apurar irregularidades na Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). 
O MP constatou que o Padre Robson e a Associação criada e até então presidida por ele, usavam de \”laranjas\” e empresas de fachadas para desviar recursos oriundos de doações de fiéis e lavar dinheiro da entidade.

A entidade é responsável pelo Santuário Basílica de Trindade, conhecida como a \”capital da fé\” do estado.

\”A Afipe é a responsável pela organização da Romaria do Divino Pai Eterno. Atualmente, a festa é considerada a segunda maior celebração religiosa do Brasil. Em 2019, bateu recorde de público. Foram 3,2 milhões de fiéis ao longo da festividade.

Na sexta-feira, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, inclusive, em imóveis luxuosos ligados ao padre Robson de Oliveira Pereira.

Imóvel ligado ao padre Robson tinha piscina aquecida — Foto: Reprodução

Segundo a denúncia do Ministério Público, padre Robson criou \”várias associações com nome de fantasia Afipe ou similar, com a mesma finalidade, endereço e nome”. Portanto, todas as \”Afipes\” recebem doações de pessoas de todo o Brasil, conforme o documento.

A investigação apontou que nos últimos dez anos foram movimentados nas contas das Afipes cerca de R$ 2 bilhões, sendo a maioria fruto de doações para a construção da nova Basílica da cidade.

Constatou-se que os gastos de boa parte das doações não tinha vínculo com questões religiosas, mas com outros negócios, como a compra de imóveis, propriedades rurais, cabeças de gado e emissoras de rádio, diz o MP.

PADRE PEDIU AFASTAMENTO
Em um vídeo gravado em sua rede social, o padre Robson disse que não houve qualquer irregularidade e se afastou das funções da associação para colaborar com as investigações do Ministério Público.
Os advogados do padre Robson negam irregularidades no uso do dinheiro das doações, que chegava a R$ 20 milhões por mês. Segundo eles, os investimentos em outras áreas eram uma forma de tentar aumentar os lucros da igreja e, assim, poder expandir as obras sociais.

POLÊMICA

Em junho, a emissora de tevê ligada ao santuário, a TV Pai Eterno, se envolveu em outra polêmica ao ser citada em uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro. 

Meios de comunicação católicos pediram ajuda ao governo em forma de verbas publicitárias em troca de \”mídia positiva\”.

Na ocasião, o missionário redentorista Welinton Silva disse que a TV Pai Eterno passava por \”dificuldades\” de arrecadação, e comentou que o segmento católico de comunicação estava \”esquecido\”.

Dias depois, e com a repercussão negativa do episódio, a TV Pai Eterno se manifestou desautorizando o padre, que, segundo a emissora, não recebeu um convite formal do Planalto para participar da conferência online.

Padre é investigado por lavagem de dinheiro e associação criminosa.