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Laboratório de Virologia Aplicada analisa amostras de diversos materiais. Foto: Daiane Mayer/ Agecom/UFSC |
A pesquisa ainda não publicada por revista científica que tenha como critério uma revisão por pares (cientistas da mesma área).
Intitulado "SARS-CoV-2 in human sewage in Santa Catarina, Brazil, November 2019", o novo estudo tem participação de pesquisadores da UFSC, da Universidade de Burgos, da Espanha, e da start-up Neoprospecta/BiomeHub, de Florianópolis.
Segundo a UFSC, uma versão preliminar do artigo foi enviada na sexta-feira (26) à plataforma MedRxiv, que reúne pesquisas ainda não divulgadas em revistas científicas, ou seja: que ainda não foram revisadas pelos comitês das publicações.
Intitulado "SARS-CoV-2 in human sewage in Santa Catarina, Brazil, November 2019", o novo estudo tem participação de pesquisadores da UFSC, da Universidade de Burgos, da Espanha, e da start-up Neoprospecta/BiomeHub, de Florianópolis.
Segundo a UFSC, uma versão preliminar do artigo foi enviada na sexta-feira (26) à plataforma MedRxiv, que reúne pesquisas ainda não divulgadas em revistas científicas, ou seja: que ainda não foram revisadas pelos comitês das publicações.
Nesse processo, cientistas normalmente anônimos e especialistas na área abordada fazem avaliação e sugerem modificações ou mesmo a rejeição do estudo.
Conforme a UFSC, até o momento a amostra coletada no esgoto de Florianópolis é a mais antiga do novo coronavírus nas Américas.
Conforme a UFSC, até o momento a amostra coletada no esgoto de Florianópolis é a mais antiga do novo coronavírus nas Américas.
Embora a primeira descrição do Sars-CoV-2 seja de 31 de dezembro de 2019, pesquisas semelhantes constataram que ele estava presente no esgoto de Wuhan, na China, em outubro, e na Itália, no início de dezembro.
Foram analisadas amostras congeladas de esgoto bruto — que tinham sido coletadas para outros estudos dentro da universidade — do final de outubro do ano passado até o início de março de 2020, da rede pública da região central de Florianópolis.
O vírus circulava antes mesmo de termos ciência sobre a sua rotina em pacientes ou em humanos, sejam assintomáticos ou sintomáticos. (...) Pode ser que em outros locais já havia antes de outubro, porque esse estudo especifica que havia a partir de 27 de novembro" , disse a doutora em Biotecnologia Gislaine Fongaro, do Laboratório de Virologia Aplicada da UFSC, uma das pesquisadoras envolvidas no trabalho.Gislaine ressalta que em pesquisas semelhantes feitas em esgoto na China e na Itália foi constatado que o Sars-CoV2 estava em circulação antes dos primeiros registros da doença, porque o vírus demora semanas para ser expelido por quem foi contaminado.
O esgoto já era testemunha de que o vírus estava por ali. E isso, falando na infecção viral, é um fato previsto, porque quando você está excretando o vírus, é porque ele já teve todo o trânsito no sistema respiratório, passou no sistema gastrointestinal e está sendo excretado. Então, são pessoas que já estão com 15, 20 dias de infecção", explicou.Como foi feita a pesquisa
Foram analisadas amostras congeladas de esgoto bruto — que tinham sido coletadas para outros estudos dentro da universidade — do final de outubro do ano passado até o início de março de 2020, da rede pública da região central de Florianópolis.
As amostras entre 30 de outubro e 6 de novembro não tinham o Sars-CoV-2.
Na de 27 de novembro, a carga era de 100 mil cópias de genoma do vírus por litro, considerada baixa pelos pesquisadores.
Na de 27 de novembro, a carga era de 100 mil cópias de genoma do vírus por litro, considerada baixa pelos pesquisadores.
As quantidades subiram em 11 de dezembro e 20 de fevereiro e, em 4 de março, foi constatado um milhão de cópias de genoma de Sars-CoV-2 por litro de esgoto.
Para se chegar aos resultados de que eram mesmo partículas do novo coronavírus, foram feitos testes com base em quatro marcadores para o genoma do vírus. Para cada amostra foram realizadas, pelo menos, oito testagens.
Para Gislaine, a pesquisa pode ser uma ferramenta epidemiológica para que se fossa fazer a rastreabilidade e entender a evolução do vírus.
A ideia é saber se a cepa identificada no estudo é a mesma que circula neste momento em Santa Catarina.
Para se chegar aos resultados de que eram mesmo partículas do novo coronavírus, foram feitos testes com base em quatro marcadores para o genoma do vírus. Para cada amostra foram realizadas, pelo menos, oito testagens.
A ideia é saber se a cepa identificada no estudo é a mesma que circula neste momento em Santa Catarina.