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Pesquisa aponta que 28% dos jovens não voltarão às aulas quando as escolas reabrirem

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Pesquisa divulgada na terça-feira (23), aponta que 28% dos jovens e 15 a 29 anos pensam em deixar os estudos quando as escolas e universidades reabrirem, após suspensão das aulas devido à pandemia do novo coronavírus.

Os 33.688 jovens que responderam ao questionário são oriundos de todos os estados do Brasil. Outro dado da pesquisa aponta que, em relação ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), quase 50% manifestaram dúvida em fazer as provas.

Os entrevistados foram questionados sobre as consequências da pandemia em áreas como educação, emprego, saúde e bem-estar, bem como suas expectativas para o futuro. 

Os dados coletados vão contribuir para pautar o debate público e a construção de políticas voltadas para a juventude. O relatório completo poderá ser acessado no site do estudo, disponível aqui.

Para os organizadores da pesquisa, isso significa um risco ao processo de pleno desenvolvimento da juventude nessa etapa-chave da vida.

Isso é crítico não só quando a gente olha para o indivíduo, mas quando a gente olha para a condição de país, isso fica muito sério porque, basicamente, a gente tem hoje a maior geração de jovens da história do Brasil”, disse o vice-presidente do Conselho Nacional da Juventude e coordenador da pesquisa, Marcus Barão.

DESAFIOS

Barão lembrou, porém, que antes da pandemia, a juventude já enfrentava grandes desafios. A taxa média de desemprego entre a população de 18 a 24 anos de idade, por exemplo, era de 27,1%, o que significa mais que o dobro da taxa média de desemprego da população em geral, de 12,2%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quando a pandemia vem e interrompe o processo educativo, as alternativas apresentadas de educação remota e à distância elevam as desigualdades de acesso à internet, com bandas limitadas e infraestruturas deficitárias. Os próprios sistemas educacionais não estavam preparados para uma situação desse nível, o que interrompe e atrapalha o processo educacional, observou.

Na perspectiva econômica, o que se vê é perda de renda das famílias com a pandemia, o que cria um contexto que afeta educacional e economicamente os indivíduos e põe em risco o futuro dessa geração, analisou o coordenador da pesquisa.

Isso é muito preocupante porque são justamente os pilares fundamentais para que a juventude consiga avançar”. Sete em cada dez jovens relataram que seu estado emocional piorou por causa da pandemia.

Promovida pelo Conjuve, em parceria com a Organização em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Mapa Educação, Porvir, Rede Conhecimento Social, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e Visão Mundial, o levantamento “Juventudes e a Pandemia do Coronavírus\” entrevistou jovens de todo o país entre os dias 15 e 31 de maio, por questionário online. 

Pesquisa foi coordenada pelo Conselho Nacional da Juventude em parceria com a UNESCO, e jovens de todo o Brasil foram ouvidos sobre os efeitos da pandemia do novo coronavírus na juventude.