Enquanto os profissionais da saúde lutam pelas vidas dos doentes e os pesquisadores correm contra o relógio atrás da vacina, os dirigentes enfrentam o diabólico dilema entre a preservação da saúde pública e a sobrevivência da economia.
É preciso encontrar um equilíbrio entre o sanitário, que é imediato, e a necessidade de que a sociedade continue funcionando: continuar alimentando as pessoas e que não haja uma falência econômica. Não há fórmula simples. A política consiste em conciliar dimensões contraditórias.
A INCERTEZA
O planeta terra, para um extraterrestre que aterrissasse nos últimos dias, ofereceria uma imagem estranha: —Cadê os humanos?
O eletrochoque deixou os humanos aturdidos, num estado que mistura a calma, com o desassossego, sem espaço físico para se movimentar nem espaço mental para saber como será a vida, a cidade, o país, o mundo em dois ou três meses, ou em um ano.
Esta é uma pandemia, pela primeira vez na história, em que o mundo está conectado tecnologicamente e onde os mercados financeiros estão interconectados.
Quanto mais durarem os confinamentos, mais probabilidades de atenuar a pandemia e menos de evitar a depressão econômica: este é um dos debates.
Tudo é incerto por enquanto. A história, e o final dela, é incerto.
É o vírus invisível, que assusta e ao mesmo tempo unifica e divide a humanidade. Na verdade, o coronavírus só é invisível para quem não quer vê-lo.
*Texto extraído de artigo publicado pelo jornalista francês Marc Bassets, do jornal El País.