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“Cowboy da Marlboro” morre aos 90 anos sem nunca ter fumado

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Robert Norris foi abordado para a campanha de Marlboro Man depois que executivos de publicidade o viram em uma foto com o ator John Wayne. Foto: Reprodução
Robert C. Norris, um cowboy conhecido por seu papel como “Homem Marlboro” em comerciais de TV para a marca de cigarro morreu no último dia 3 de novembro em Colorado Springs, aos 90 anos. 
Norris estava em cuidados paliativos e sofria de demência. A notícia foi divulgada pelo New York Times no sábado (9).
Norris, retratado nos comerciais de Marlboro com um cigarro na mão ou na boca, foi o rosto da marca por mais de uma década. 
Norris, que nunca fumou, promoveu a marca durante 14 anos. Foto: Christian Murdock/The Gazette
Segundo seu filho Bobby Norris, ele foi abordado em sua fazenda depois que publicitários o viram em uma foto com o ator John Wayne, de quem era amigo.
O Homem Marlboro apareceu pela primeira vez em 1955 depois que a Philip Morris e a agência de publicidade Leo Burnett repaginaram a marca de cigarros.
Norris foi um dos muitos homens que incorporaram o Homem Marlboro durante décadas da campanha.

A Marlboro foi fundada como uma marca de cigarros femininos antes de ser reposicionada como um produto masculino de personalidade cowboy rústica.

“A campanha foi uma das mais bem-sucedidas de todos os tempos”, afirma Scott Ellsworth, professor da Universidade de Michigan e ex-historiador oral do Smithsonian.

A peça publicitária ajudou a Marlboro a se tornar uma das maiores marcas de cigarro em 1972. Mais de 43% de todos os cigarros vendidos nos EUA são Marlboro, segundo a Forbes.

Apesar de nunca ter fumado, Norris foi o Homem Marlboro em comerciais que passaram por 14 anos nos EUA e na Europa. Ele depois abandonou a campanha porque disse que sentia que era um mau exemplo para seus filhos.

Em 1964, a associação de médicos dos EUA declarou que o tabagismo era um risco para a saúde, e a indústria do cigarro enfrentou regulações cada vez mais duras. 

A Philip Morris admitiu décadas depois que o cigarro causa câncer de pulmão depois de enfrentar pressões de processos judiciais, reguladores e do Congresso americano.

A proibição federal de publicidade na televisão e no rádio para cigarros entrou em vigor em 1971, e a campanha de Marlboro Man, entre outras, foi interrompida no final dos anos 90 nos Estados Unidos, como parte de um acordo abrangente de litígios movidos por quase todos os estados contra grandes empresas de tabaco .

No Brasil, somente em 2000 uma lei foi sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, proibiu a propaganda de produtos derivados de tabaco em revistas, jornais, outdoors, televisão e rádios. Patrocínio de eventos culturais e esportivos e associar o fumo às praticas esportivas também passou a ser proibido.