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Faltam pelo menos 600 médicos em Santa Catarina para cobrir o déficit no SUS

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Número insuficiente de leitos em hospitais, falta de equipamentos e infraestrutura inadequada são problemas que o brasileiro enfrenta diariamente na saúde pública. Mas a maior dificuldade do setor é a falta de médicos e de outros profissionais na atenção básica, porta de entrada para o sistema de saúde.

O estado não realiza concurso público desde 2012 e vem contratando profissionais por meio de processos seletivos que deveriam ser feitos apenas em casos de emergência.

De acordo com o Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (Simesc), o déficit de médicos em todo estado passa de 600.

O estado tem todo direito de fazer um processo seletivo pra ocupar uma vaga de forma temporária dentro de uma necessidade especial, numa situação especial, só que a situação especial virou pro estado uma rotina, é sempre especial. 

Em vez de cumprir a lei que manda que faça concurso público pra trabalhar no estado, pra trabalhar com coisa pública, ele usa o argumento de que está com uma necessidade urgente de contratar o profissional, faz através do processo seletivo, dentro de dois anos, esse profissional é obrigado a ser demitido. Isso é lei e aí o estado tem que ir atrás de outro profissional”, afirmou o presidente do Simesc, Vanio Cardoso Lisboa.

O problema é MUITO grave

Faltam médicos e remédios no SUS (Sistema Único de Saúde). No sistema particular de saúde, a mensalidade é alta e não há cobertura para diversas doenças e exames. O subfinanciamento do sistema de saúde pública é grave e a formação dos médicos nem sempre é boa.

Segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), há um médico para cada 470 brasileiros. No Norte do país, a situação é crítica: há um médico para 953,3 habitantes.

Longa espera para marcar consultas e exames, falta de recursos e formação médica

No sistema público de saúde, esperar é quase parte do protocolo. Na prática, significa que o SUS realiza bem menos consultas do que poderia. Doentes e precisando esperar longamente pelo atendimento, os pacientes não costumam ser muito tolerantes com o atendimento prestado em postos de saúde e nos setores de urgência ou emergência.

Aliado a tudo isso, some-se que apenas 3,6% do orçamento do Governo Federal foi destinado à saúde em 2018. O percentual fica bem abaixo da média mundial, de 11,7%, de acordo com a OMS.

Estudo aponta que o gasto com saúde no Brasil é de 4 a 7 vezes menor do que o de países com sistema universal de saúde, como Reino Unido e França, e inferior ao de países da América do Sul em que saúde não é um direito universal, casos da Argentina e Chile.

Essa proporção não deve mudar muito pelos próximos anos, graças à Emenda à Constituição aprovada em dezembro de 2016, que limita o crescimento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos ao percentual da inflação nos 12 meses anteriores.

Esse congelamento dos gastos vai representar perdas de R$ 743 bilhões para o SUS no período, segundo estudo do Ipea.

Além de aumentar o número de médicos e melhorar a qualidade do atendimento,  é preciso investir na formação de bons profissionais.

De acordo com o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), quase 40% dos recém-formados não passam em seu exame. No restante do Brasil, apenas dois outros Estados aplicam uma avaliação (Goiás e Rondônia), e multiplica-se no país as escolas médicas, nem sempre bem avaliadas.

De acordo com o Ministério da Educação, duas em cada dez faculdades de medicina não atingiram a nota esperada no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) em 2016.

É preciso um bom profissional para que a população receba uma atenção de qualidade.

Fontes: Conselho Federal de Medicina – CFM / Tribunal de Contas da União – TCU / Organização Mundial da Saúde – OMS / Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina -Simesc.