Durante demolição de uma escola em Lages, em dezembro do ano passado, técnicos encontraram uma cápsula do tempo, um pote de vidro guardado dentro de uma caixa de pedra.
A descoberta aconteceu no Colégio Aristiliano Ramos, onde o prédio estava sendo demolido para conclusão de um projeto de revitalização do centro da cidade.
O pote de vidro com jornais e moedas foi aberto esta semana.
Por ter ficado enterrado por 83 anos, o pote de vidro estava úmido e precisou ficar 23 dias no Museu Histórico Thiago de Castro, no município, passando por secagem.
Dentro, havia oito moedas, a mais velha de 1731, e exemplares dos jornais \’Correio do Estado\’ e \’A Época\’, de 1932 e 1934.
Pote de vidro foi encontrado enterrado em escola em Lages/Arquivo |
“Se supôs que pudessem ser várias coisas dentro dessa cápsula do tempo, mas na verdade são jornais de períodos diferentes e algumas moedas também de períodos diferentes que as pessoas quiseram imortalizar”, disse o historiador Felipe Reis, responsável pela abertura do pote de vidro.
Na cápsula do tempo também havia um convite para o lançamento da construção do Colégio Aristiliano Ramos. O convite era para 3 de outubro de 1934.
Ainda não se sabe por que esses objetos foram escolhidos para serem eternizados. “De repente fazer também a contextualização de quem eram os proprietários dos jornais, que ligações políticas eles tinham. Enfim, todas essas questões”, disse o historiador.
Moeda encontrada dentro de \’cápsula do tempo\’ em Lages Imagem: Reprodução/NSC TV |
Mais cápsulas podem estar enterradas em prédios públicos do estado. Acredita-se que essa era uma prática comum do interventor de Santa Catarina na época, Nereu Ramos.
Em uma delas, de 1938, uma caixa igual à encontrada em Lages aparece com Nereu Ramos. A foto foi tirada em São Pedro de Alcântara, no início das obras da Colônia Santa Tereza. “A gente, a cada dia, descobre um pouco a mais da nossa história, o que nos motiva. É isso que nos apaixona”, disse Paulo Guazelli, arquivista do museu.